quinta-feira, 7 de junho de 2007

Reitor diz que não negocia com Unidades Ocupadas

Em reunião com membros dos movimentos de ocupação da UNESP na última quarta-feira o reitor afirmou que não negociará com estes enquanto permanecerem as ocupações.
Os movimentos de ocupação de todas as UNESP prometem permanecerem ocupados enquanto não tiverem suas demandas atendidas.

Alunos mantêm ocupação da Reitoria na USP

Após uma assembléia geral realizada na noite desta terça-feira, os alunos da Universidade de São Paulo (USP) decidiram manter a ocupação do prédio da reitoria. Essa foi a sexta assembléia desde que começaram as manifestações.
A ocupação da reitoria acontece desde o dia 03 de maio no campus da USP em São Paulo. Os alunos protestam contra dois decretos do governador José Serra publicados em janeiro que, na avaliação deles, feriam a autonomia universitária. Na semana passada, o governador cedeu e editou novo decreto. Mesmo assim, os estudantes continuaram na reitoria. O movimento dos alunos da USP atingiu outras universidades estaduais de São Paulo, com protestos pelo Estado. (Entenda o que querem os alunos que ocuparam a reitoria da USP)
Movimento nas Federais
Já na Universidade Federal do Paraná (UFPR), a reitoria foi ocupada por volta das 10h30 da última terça-feira e às 10h desta quarta-feira os alunos acabaram com a ocupação. Este ato não foi coordenado pela UNE e sim pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE).
Prometida para quarta-feira, a série de ocupações de reitorias - promovida pela União Nacional dos Estudantes (UNE) em todos os Estados - foi antecipada nesta terça-feira pela Universidade Federal de Pernambuco e do Rio Grande do Sul.
Segundo as próprias universidades ocupadas, o movimento foi pacífico, pontuado pela entrega de flores enquanto os estudantes tomavam as reitorias. A União Nacional Estudantil (UNE) coordena a maioria das ocupações. Na Universidade Federal de Pernambuco, os alunos entraram na reitoria por volta das 12h.
Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), os estudantes ocuparam a reitoria no início da manhã da última terça-feira reivindicando, segundo a própria universidade, ampliação do restaurante universitário do Campus do Vale, garantia definitiva dos espaços estudantis, ações afirmativas na UFRGS e declararam seu apoio à ocupação da USP.
Os estudantes decidiram antecipar as ocupações, de acordo com informações da assessoria de imprensa da UNE, para "surpreender e chamar atenção da sociedade". Estão prometidas novas manifestações em universidades de todo o País.
(Redação IG, com Agência Brasil e Agência Estado)

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Movimento avança e Reitoria marca reunião com os Movimentos de Ocupação.

Nesta segunda-feira 04/07, foi marcada uma reunião com o reitor da univrsidade às 14h da próxima quarta-feira 06/07, para deliberar sobre os pontos de reinvindicação do movimento.
Nesta reunião serão tratados os pontos dos estudantes de Franca e das outras UNESP.

Esperamos que as negociações avançem.

Porque OCUPAMOS e o que QUEREMOS???

"O que leva um homem a trocar a construção do mundo
Pela feitura de palavras ocas em folha de papel?
Trocar a vida que pulsa no mundo por uma suave poesia?
Escrever poesia enquanto o fogo irrompe e o aço tini!
Olhe em redor, pequena figura
Decadência, assombros, corrupção
Em cada alma um verme roedor
Mastiga o coração"
Luís Alberto de Abreu
OCUPAÇÃO

A ocupação da vice-diretoria é um ato político, CONTRA os ataques que a educação e a universidade em específico vêm sofrendo pelo governo do PSDB no estado, e PELA imediata tomada de providências em relação aos problemas específicos do campus de Franca.
A ocupação da vice-diretoria da Unesp Franca aconteceu dia 28 de maio, por volta das dez da manhã e se deu de forma pacífica. Havia sido tirado em assembléia do dia 23 de maio que a diretoria seria ocupada, no entanto o diretor obteve a informação da ocupação anteriormente e retirou todos seus objetos de trabalho. Na segunda feira, a sala da diretoria não abriu, e como os estudantes já haviam decidido não danificar nada, não foi possível ocupar a diretoria, já que para isso a porta teria de ser derrubada.
Ainda na segunda-feira, o vice-diretor Fernando A. Fernandes marcou uma reunião com cinco alunos da ocupação para discutir os pontos de pauta. O vice-diretor deu respostas vagas a todos os questionamentos, inclusive ao primeiro ponto da carta de reivindicação: a não punição dos participantes. Quanto a isso ele respondeu que "Desde que não haja nenhum ato que possa implicar em lesão de interesse público e individual das pessoas não serão tomadas as iniciativas para as eventuais medidas jurídicas cabíveis". Cabe refletir sobre o que seria para o vice-diretor de uma universidade pública "lesão de interesse público e individual", principalmente hoje em dia em que o público e o privado tornaram-se uma mescla indissociável.

PAUTA
PAUTA DE REIVINDICAÇÃO À DIRETORIA E À REITORIA

1. Nenhuma repressão aos membros do movimento estudantil.
- Comprometimento por escrito e assinado pela diretoria, garantindo que nenhum dos participantes serão punidos e/ou sofrerão qualquer tipo de ação administrativa.
2. Abertura imediata de concurso para professor.
- Que se abra concurso imediatamente no mesmo regime de dedicação, em caso de exoneração, aposentadoria ou demissão de professores.
3. Que o diretor se coloque publicamente contra o projeto de implementação da reitoria da universidade vertical e do benefício único.
4. Que o diretor envie uma nota à direção da Unesp Araraquara e para a comissão de sindicância informando que os alunos da Unesp de Franca estão ocupando a diretoria contra qualquer tipo de punição aos estudantes de Araraquara.
5. Construção no novo campus de uma moradia estudantil que atenda toda a demanda dos moradores atuais, agregados e lista de espera.
6. Pela imediata incorporação de todos os alunos da lista de espera e agregados a moradia através de uma expansão de vagas.
7. Que se forme uma comissão com os três setores da faculdade com igualdade de foz e voto para propor as mudanças necessárias no novo campus:
- Restaurante universitário, biblioteca, espaço para entidades estudantis e grupos de extensão, UNATI, UNAMOS, entre outros que a comissão averiguar.
8. Retirada das câmeras da faculdade, visto que já ficou provado no incidente do tarado do banheiro feminino que estas não visam segurança.
9. Clareza nos processos de avaliação da pós-graduação, visto que atualmente não é esclarecida a nota, dando margem para favorecimentos e apadrinhamentos.
10. Entrega de um panorama de projeção de gastos e recursos trimestrais para as entidades estudantis e demais interessados.
11. Contratação imediata de funcionários para cobrir a deficiência do quadro atual, e principalmente para que se amplie o horário de funcionamento da biblioteca e para que se aumente o fornecimento de refeições no RU.
12. Abaixo as terceirizações:
- Pela imediata incorporação dos funcionários terceirizados ao quadro de funcionários da Unesp, sem a abertura de concurso.
- Pela redução do preço do xerox ao preço de custo.
13. Pelo aumento da cota de impressão atual para 250 impressões mensais e disponibilizando a impressão de três TCC por pessoa, garantindo assim o mínimo necessário a pesquisa.
14. Pela imediata revogação do projeto de implementação de catracas no campus, seja na entrada, no RU ou em qualquer outra localidade.
15. Pela democratização da estrutura universitária:
- Que o diretor se posicione em documento pela paridade de poder entre os três setores nos órgão de decisão da universidade e se comprometa a realizar uma campanha pela reivindicação.

28 de maio de 2007
Movimento Estudantil de Ocupação- Unesp C. Franca

MOBILIZAÇÃO

A exibição do segundo vídeo sobre o decreto em sala de aula causou mais discussões e visitas à ocupação, inclusive a adesão de mais pessoas ao movimento de ocupação que hoje conta com aproximadamente 70 pessoas, e outras que apóiam de outras formas, que não a presença concreta na vice-diretoria.
Na quarta feira às 14h30, aconteceu a assembléia dos professores com pouca participação dos mesmos. Nesta, decidiram não entrar na greve. De acordo com os professores, uma greve agora não seria vantajosa, porque a faculdade ficaria esvaziada e o movimento desnorteado. Acreditamos, porém, que se a greve dos funcionários se estender, as aulas ficarão inviáveis.
Ainda na quarta, às 20h, a assembléia dos estudantes que contava com cerca de 400 alunos, também votou não à greve. Em contrapartida apoiou massivamente a ocupação da vice-diretoria, contra os decretos, a privatização da universidade e a precarização do ensino público como um todo.

DEMANDAS ESPECÍFICAS

O campus da Unesp Franca fica num prédio muito antigo - bonito pra olhar, mas muito perigoso pra estudar e trabalhar dentro! O prédio não tem sequer alvará de funcionamento do Corpo de bombeiros, possui cerca de 72 pontos de risco de acidente. Isso sem falar na insuficiência das bolsas de auxílio, de vagas na moradia e de refeições do R.U.
Como em toda eleição para governador, o campus novo de Franca - promessa de mais de 20 anos! - começou novamente a ser construído no segundo semestre de 2006, mas dessa vez parece que é sério. O terreno onde está sendo construído fica a aproximadamente 20km de onde está o atual, inclusive da moradia da Unesp. Ainda sobre o terreno, este encontra-se em uma área de vossoroca.
O lendário campus novo aumenta de forma insuficiente o Restaurante Universitário, que hoje serve cerca de 400 refeições a R$2,50, com uma demanda de quase 1800 estudantes. A construção do novo prédio acarretaria ainda, a vinda de mais cursos para Franca - pedagogia por exemplo, que já está aprovado. Aumentam-se as vagas, diminuem-se as verbas...
O projeto não prevê construção de nova moradia, e a solução dada a tal problema seria a implantação de uma linha de ônibus moradia-campus. Uma linha particular, paga pelos alunos.
Os ataques não param, o governador mudou alguns pontos do decreto para garantir que a autonomia universitária está assegurada, no entanto sabemos que ele não fez mais que trocar seis por meia dúzia. A universidade pública está garantida apenas para uma pequena parcela da população, sabemos que a maioria dos filhos dos trabalhadores não terá acesso a um ensino público de qualidade, de qualquer nível.
E isso sim é uma violência, isso é que é uma agressão ao trabalhador que paga seus impostos e não tem como retorno a qualidade de vida merecida em forma de saúde, lazer, transporte educação.
Lutamos para que todos possam ter acesso ao conhecimento, que não é uma mercadoria, não deve estar a serviço das grandes empresas, num ciclo que excluí a maioria das pessoas. Mas sim uma ciência voltada para a sociedade e o bem estar social de toda a população.
"Multidões desses miseráveis
Tomarão as ruas e pisotearão os jardins
E estarão certos!
Farão das bibliotecas abrigo
E queimarão livros para aquecer do frio
E estarão certos!
Odiarão nossas leis, nossa arte, nossa justiça
A que nunca tiveram acesso
E estarão certos!
Porque toda nossa civilização,
Toda sua poesia, Virgílio,
Toda nossa Ciência, Arte, Filosofia
Não lhes deu um grama a mais de gordura ao corpo
Um dia a mais de esperança à alma"
Luís Alberto de Abreu